Passados que são noventa anos da sua beatificação, pelo Papa Bento XV em 23 de Janeiro de 1918, vai ser canonizado no próximo Domingo dia 26 o Beato Nuno de Santa Maria, também conhecido por Santo Condestável.
São Nuno de Santa Maria, de seu nome Nuno Álvares Pereira, nasceu em Cernache de Bonjardim segundo uns historiadores ou em Flor da Rosa do Concelho do Crato segundo outros.
Após a morte de sua mulher , tornou-se Carmelita, tendo entrado para a Ordem no Convento do Carmo em 1422, tomando então o nome de Nuno de Santa Maria, onde permaneceu até à data do seu falecimento no dia 1 de Novembro de 1431 com 71 anos de idade.
A Ordem do Carmo foi originalmente denominada Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Surgiu no final do Século XI na Região do Monte Carmelo - uma cadeia de colinas - próxima da actual Cidade de Haifa, antiga Porfíria , no actual Estado de Israel.
O Processo de Canonização, iniciado em 1940, e interrompido posteriormente e reiniciado em 13 de Julho de 2003, encontrava-se concluído desde a Primavera de 2008, tendo a canonização sido anunciada por Sua Santidade o Papa Bento XVI no Consistório de 21 de Fevereiro deste ano, para o próximo dia 26, conjuntamente com quatro outros novos Santos.
Muitos factos definem a Santidade de São Nuno de Santa Maria, uma das grandes figuras a nível Nacional, sendo o próximo Domingo um Dia Histórico para os Portugueses , pelo que
todos nos devemos orgulhar e agradecer este Dom de Deus à Igreja de Portugal.
Se é verdade que todos os Santos devem ser imitados , no caso concreto de São Nuno de Santa Maria para além da sua virtude e Santidade , a caridade para com os pobres, a sua mensagem é extremamente actual, sobretudo na sua devoção a Nossa Senhora.
A sua memória litúrgica é celebrada no dia 6 de Novembro.
Numa Capela lateral da Igreja de Santo Antão, antigamente dedicada a N.Srª.da Purificação e actualmente a São João de Deus , está a Imagem de São Nuno de Santa Maria, bem como as Imagens de São João de Deus e São João de Brito e no pequeno nicho a Imagem de São João da Cruz.
Por isso Évora, a Paróquia de Santo Antão e os seus Paroquianos estão duplamente satisfeitos com a canonização de São Nuno de Santa Maria.
Para além de São Nuno de Santa Maria vão ser canonizados mais os seguintes novos quatro Santos:
Arcangelo Tadini, Sacerdote, fundador da Congregação das Operárias da Santa Casa de Nazaré.
Bernardo Tolomei, Abade, fundador da Congregação de Santa Maria do Monte Oliveto da Ordem de São Benito.
Gertrude Comensoli (Caterina - nome civil), fundadora do Instituto das Religiosas do Santíssimo Sacramento.
Caterina Volpicelli, fundadora da Congregação das Servas do Sagrado Coração.
ARMANDO RIBEIRO
As mutações verificadas na vida quotidiana, desde o aumento do número de habitantes e consequente descentralização da população do Centro Histórico, fizeram com que se fossem perdendo muitas tradições.
Também as alterações dos horários e dos dias feriados fizeram com que a hora e local do almoço de Segunda-Feira de Páscoa ou da Festa não se realizasse em muitos casos em conjunto, tal como sucede diàriamente.
Por isso e, entre outras causas, o tradicional almoço do borrego no campo deixou de se efectuar.
Nesses tempos desde bem cedo que as Estradas das saídas da Cidade apresentavam um corropio de gente, de miúdos a graúdos , que conforme os seus hábitos se deslocava para os sítios que considerava mais aprazíveis nos arredores de Évora.
As pessoas levavam os farneis, pequenas cadeiras e mesas, bolas, rings, baralhos de cartas entre outras coisas para um dia que se pretendia e esperava fosse passado no campo em festa, convívio e amizade e, ao mesmo tempo encher os pulmões de ar puro.
O Alto de São Bento era o local que reunia a maior afluência dos Eborenses ou os da Cidade como era vulgar dizer-se.
Chegados ao local cada família ou grupo depois de estender as toalhas e colocar os seus farneis colocava à disposição dos amigos , e não só, os seus manjares e ao mesmo tempo mostrava as habilidades na confeccão da boa gastronomia Alentejana.
Nestes convívios também não faltavam os cânticos e a música que davam origem a improvisados bailaricos.
Assim neste dia em que recordamos a tradicional segunda-feira de festa ou de Páscoa e, por que recordar é viver mesmo que nem todas as recordações sejam boas, relembramos aos mais antigos e informamos os mais novos o que aconteceu em meados da década de quarenta do século passado.
Nessa segunda-feira estava um dia maravilhoso com um sol radiante, pelo que foram muitas as pessoas que se deslocaram para o campo , a fim de saborearem os belos ensopados e os assados de borrego, acompanhados de uma boa pinga e respirando os melhores ares campestres.
Contudo como não há bela sem senão, inesperadamente e subitamente desabou , sobre Évora, uma grande trovoada que encharcou tudo e todos fazendo com que terminasse da pior maneira um dia que era aguardado para ser de festa, convívio e alegria.
Muitos dos farnéis ficaram destruídos, talheres e apetrechos espalhados por tudo quanto era sítio e, as pessoas todas molhadas com as roupas coladas aos corpos com mais reflexo nas mulheres que vestiam vestidos e blusas de chifons, sedas e cambraias.
Este acontecimento dando razão ao velhinho adágio popular em "Abril Águas de Mil" serviu também para que outros dissessem que não sendo lavradores não possuiam nenhuma seara nas costas, pelo que a água não tinha vindo a propósito.
Actualmente no que diz respeiro à Cidade de Évora apenas uma pequena percentagem respeita esta tradição.
Por outro lado em certas Localidades de menor densidade populacional ainda existe esta tradição e, noutras a comemoração realiza-se na segunda-feira de Pascoela.
Para finalizar dizemos que oportunamente iremos debruçar-nos sobre outras tradições.
ARMANDO RIBEIRO
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